Eleições 2010: a evolução — paulatina — dos sites de notícia
De nada adiantaram os investimentos e esforços injetados em partidos políticos para criar mobilizações virtuais e alcançar a tão esperada medalha de ouro do prêmio Barack Obama tupiniquim. Não teve jeito. Mais uma vez, a TV se manteve no trono do reinado da campanha eleitoral. Não houve revolução digital.
Nas últimas eleições presidenciais — em 2006 — grande parte das redes sociais começava a engatinhar e deixar seus primeiros rastros virtuais: Facebook e Orkut tinham apenas dois anos e, o Twitter, meses de vida on-line. Entre os sites de notícia, o período foi marcado pelo início da contaminação aos modelos de negócio do jargão 2.0.
Quatro anos depois, aparecem pequenos focos de evolução na web. Bem pequenos. E os pontos para onde convergem — alguns — raios de luz vêm de sites de notícia. Um sinal de que algumas publicações tentam, de forma paulatina, atender uma das destrezas cada vez mais exigidas às equipes de jornalismo: transformar informações enigmáticas em algo legível aos leitores. Para tanto, listei três fatos — sem necessariamente uma ordem de relevância — que chamaram minha atenção. Porém, um adendo: o Jornalismo Digital precisa ser mais atraente
1) A transformação de uma montanha de dados em uma informação relevante
O processo de mineração de dados permitiu ao iG a construção de uma ferramenta interativa que permite aos usuários da web conhecer o perfil de todos os candidatos que disputam as eleições de 2010. Com este recurso, é possível levantar e cruzar informações como idade, estado civil, grau de instrução, patrimônio e profissão dos participantes da disputa.
2) O tímido uso do newsgame
Senti falta deste recurso que já fora usado em outras oportunidades em sites brasileiros. Mais uma vez, quem largou na frente foi a Super, que criou a Corrida Eleitoral entre presidenciáveis. Entenda-se: a publicação transformou um assunto delicado em uma atividade lúdica on-line. A velocidade dos carrinhos é proporcional à posição dos políticos nas pesquisas eleitorais e o dinheiro de campanha serve pra turbinar seu candidato.
3) O Jornalismo muda sua direção — se desloca às redes sociais
Uma das estratégias que sugeri ao site de VEJA era a possibilidade de integrar um mesmo ambiente — virtual — usado por pessoas comuns. E, desta idéia, surgiu o aplicativo VEJA nas Eleições: Voz do Eleitor, disponível no Facebook. Mais de 10.000 eleitores brasileiros cadastrados na maior rede social do mundo compartilharam conhecimento e opinaram sobre os principais desafios que o próximo presidente da República enfrentará a partir de 2011.