Por que o ChatGPT não é o Napster da atual geração
Ao acessar o ChatGPT, já logado — e, assim, monitorado por quais questionamentos ou textos você pretende escrever ou já escreveu — busque criar uma pergunta ao poderoso robô de respostas completas, complexas e, em alguns casos, equivocadas: o ChatGPT é o novo Napster? A resposta é contundente e vem acompanhada em velocidade 5G. Diz ele: “Não, o ChatGPT não é o novo Napster”. Seus argumentos são apresentados posteriormente, com um viés jurídico controverso em algum grau, e que pode ser exibido na imagem que ilustra o conteúdo.
Nos últimos meses — principalmente nas últimas semanas -, houve uma onipresença de argumentos para comparar o ChatGPT ao serviço de compartilhamento de arquivos e músicas no início dos 2000.
De fato, há alguma conexão entre os dois produtos. Um exemplo: Napster e ChatGPT perturbaram e perturbam as indústrias tradicionais de mídia — áudio e texto, respectivamente. Ambos também têm potencial para mudar a forma como as pessoas consomem conteúdo.
Os sólidos argumentos, no entanto, não garantem a sentença de que o ChatGPT é o Napster da atual geração. Por quê? Há também diferenças:
(i) O compartilhamento de arquivo — mas, sobretudo de música, objetivo principal do Napster — não coloca a autoria em cheque de modo tão drástico. Ao baixar uma canção, é de conhecimento público quem é a banda ou o artista; no caso do conteúdo, por ora, o modelo com o que lidamos não nos apresenta, por ora, a origem da informação
(ii) O Napster facilitava o compartilhamento direito de material protegido por direitos autorais não modificados. O ChatGPT, por sua vez, produz novo material — e alterado -, com origem em conteúdos protegidos por direitos autorais.
(iii) É difícil prever exatamente o impacto do ChatGPT às indústrias de propriedade intelectual a longo prazo. A coexistência é maior que uma substituição ou extinção.
No futuro, o ChatGPT pode ser o Spotify da atual geração.